Saudade, pai


Acabei de ler sobre uma reconciliação entre pai e filha, e uma fala da garota mexeu comigo. 

Não lembro exatamente, mas era alguma coisa sobre ela se apresentar como adulta para o pai, que a julgava por erros na adolescência. 

Senti um aperto no peito lendo, sabe? Me dei conta de que o meu pai nunca conhecerá a minha versão adulta. 

Ele se foi quando eu tinha apenas quinze anos, e eu sinto a falta dele todo santo dia. 

Mas o que li me fez pensar bastante. 

Será que nos ainda seríamos tão próximos? Será que ele gostaria da minha versão adulta? 

Óbvio que minha vida seria muito diferente se meu pai estivesse aqui, mas eu gosto de imaginar as possibilidades. Me sinto mais próxima dele. 

Queria ter a oportunidade de pedir um conselho em relação a algo importante. 

Queria que ele estivesse na minha formatura da faculdade, que será em breve. 

E, falando em formatura, finalmente fez sentido pra mim a celebração em 2017, quando terminei o ensino fundamental. 

Não chorei abraçando ninguém, mas chorei abraçando meu pai. 

A época, não entendi. Hoje eu entendo. 

Lembro dele me perguntando porque eu estava chorando, e eu responder que não sabia. 

Mas acho que Deus me deu sabedoria para sentir que estávamos próximos do fim. Meu pai morreu no fim daquele ano. 

Ler sobre pais e filhas mexe comigo mais do que eu gostaria, mas todos nós temos nosso calcanhar de aquiles, certo? Esse é o meu. 

Sinto muita falta de como o meu pai fazia eu me sentir. Eu era importante. Ele prestava atenção em mim. Nós éramos tão amigos… 

Eu te amo, Pai. 

Onde quer que esteja, gostaria que pudéssemos conversar um pouquinho. Tenho muitas novidades para te contar.

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