Como já cantou a banda Scracho:
Abro os braços, deixo o carnaval chegar…
Sempre gostei do Carnaval. Em algumas oportunidades, pude ver de perto as escolas de samba aqui em Mogi das Cruzes, e amava.
Depois de atingir a maioridade em meio à pandemia, quis realizar o sonho de assistir a um desfile daqueles que, até então, eu só conseguia ver pela televisão.
Postando stories enquanto assistia à Gaviões da Fiel em 2019, descobri que meu pai de santo cresceu na Colorado do Brás, e ele prometeu que me levaria ao Anhembi para ver tudo de perto.
O tempo passou, e em 2025 ele cumpriu a promessa! Finalmente fui ao desfile do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo, no Sambódromo do Anhembi.
Eu estava feliz, realizando um sonho e com ótimas companhias.
Na sexta-feira, primeiro dia dos desfiles, pude ver de perto Colorado do Brás, Barroca Zona Sul, Dragões da Real, Mancha Verde, Acadêmicos do Tatuapé, Rosas de Ouro e Camisa Verde e Branco.
Foi um ótimo esquenta para o sábado, que teve Águia de Ouro, Império de Casa Verde, Mocidade Alegre, (minha tão esperada) Gaviões da Fiel, Acadêmicos do Tucuruvi, Estrela do Terceiro Milênio e Vai-Vai.
Sempre assisto aos desfiles pela TV, mas pessoalmente é surreal.
Foi uma das melhores experiências da minha vida, e sem dúvidas, todo mundo deveria ir ao Sambódromo pelo menos uma vez.
Ver as alegorias, as pessoas felizes ao verem um trabalho de um ano inteiro dando certo na avenida, a explosão de cores e a vibração da bateria foi simplesmente maravilhoso.
A parte ruim fica por conta do cansaço. Na sexta-feira, foram quase nove horas de desfile, e no sábado, mais sete, sem contar o tempo de ida e volta de São Paulo para Mogi.
Mas uma das coisas mais legais foi perceber como o Sambódromo canta junto e comemora quando a escola termina o desfile dentro do tempo regulamentar de 1h05.
Depois de assistir aos quatorze desfiles, só posso concluir: eu amo o Carnaval.
Estou escrevendo na quarta-feira, então ontem, no feriado de Carnaval, a Rosas de Ouro foi escolhida como campeã, seguida por Tatuapé e Gaviões da Fiel.
E falando em Gaviões da Fiel…
Irin Ajó Emi Ojisé, Odara
Irin Ajó Emi Ojisé, Ewá
Meu Gavião vai ao encontro do Orun
Que, na casa de Ogum, é tempo de alafiar
Foi um desfile perfeito.
Eu até tento ser imparcial, mas assisti aos desfiles da Dragões e da Mancha (que também são ligadas ao futebol), e ter o Corinthians na avenida, de forma tão onipresente, é emocionante demais — de fato, uma torcida que tem um time.
Com bastante dificuldade, consegui uma bandeirinha que vou guardar como lembrança, com o samba-enredo escrito e um gavião estampado. O Anhembi rapidamente virou um estádio.
Mesmo falando sobre a África, o carro com o tradicional Gavião e o escudo do Corinthians estava lá, e esse momento me fez paralisar. Eternizei a cena na minha memória, eu estava muito emocionada.
A bateria Ritimão embalava a minha emoção.
Diferente de sexta-feira, quando fiquei no setor E, no sábado fiquei no C, bem de frente para onde a bateria ficava, o que potencializou ao máximo minha experiência.
O Carnaval é gigantesco.
Eu não tinha ideia da grandiosidade. Pela transmissão, tudo parece muito rápido, mas pessoalmente dá para apreciar com toda a calma que o momento merece.
Outro ponto muito especial foi ver a celebração da minha religião em público. A fé de matriz africana ainda é um tabu, mas, se depender dos seus adeptos, não será mais.
Pelo menos seis escolas desfilaram falando sobre essa fé, tão criticada e discriminada, e foi lindo.
Finalizo com mais algumas fotos feitas por mim, do maior espetáculo do planeta Terra:
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